fonte: O Globo
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, participou nesta sexta-feira da assinatura de cooperação técnica entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), para implantação de projeto piloto de promoção do parto normal em hospitais privados. Segundo o Ministério, o objetivo é induzir a adoção de boas práticas com foco no atendimento humanizado para diminuir a incidência de cesarianas na rede privada de saúde. O projeto piloto que será implantado no Einstein também prevê outras duas áreas prioritárias: atenção primária e ao idoso.
No último dia 15, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também colocou em consulta pública duas resoluções para reduzir cesarianas desnecessárias entre consumidoras de planos de saúde no Brasil. O envio das contribuições vai acontecer de 24/10 a 23/11, e o formulário estará disponível exclusivamente no portal da ANS. A expectativa é que as normas entrem em vigor em dezembro deste ano.
Em 2012, 84,60% dos partos realizados por usuárias de planos de saúde no País foram cesarianas, de acordo com a pasta. Já pelo SUS, o índice foi de 40%.
– O cenário ideal é de que 15%, no máximo, sejam de partos cirúrgicos. No Brasil há uma inversão – afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em coletiva de imprensa na terça-feira da semana passada. – Nós vamos precisar também enfrentar a dimensão cultural sobre o medo do parto normal. Estudos comprovam que no início da gestação as mulheres são favoráveis ao parto normal e no decorrer da gestação passam a ter medo.
Segundo a ANS, na cesariana, a probabilidade do bebê nascer prematuro é 120 vezes maior e triplica-se o risco de mortalidade materna.
– Por isso que é importante esperar a hora do bebê nascer, e não tirar o bebê de dentro do útero – afirmou a gerente de atenção à saúde ANS, Karla Coelho.
A primeira resolução é em relação ao direito da informação, em que gestantes ou qualquer outro usuário do sistema de saúde poderão solicitar as taxas de cesárea por estabelecimento de saúde e médico. A outra prevê, ainda, a apresentação do partograma, documento que deverá conter anotações do desenvolvimento do trabalho de parto, das condições maternas e fetais. Além de importante ferramenta de gestão para as operadoras, será parte integrante do processo para pagamento do parto.
As resoluções também incluem a distribuição, por parte das operadoras de planos de saúde, do Cartão da Gestante com a Carta de Informação à Gestante. O Cartão da Gestante registrará as consultas de pré-natal, com orientações e dados de acompanhamento da gestação.